Resumo
Artigo
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA EMPRESARIAL PARA A ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE
Mariana de Moura Souza1
RESUMO
Hodiernamente, a consultoria empresarial deve ser entendida como um serviço, o qual busca identificar e fomentar os pontos positivos das organizações, porém, a grande preocupação se concentra em observar/analisar e constatar os fatores/elementos que possa levar ao sucesso empresarial: divulgação de informações concisas para a correta execução das atividades pelos membros da empresa. Em virtude da importância econômica, social e a própria realidade do mundo dos negócios, as empresas de pequeno porte necessitam cada vez mais de profissionais qualificados e estratégia diferenciada, quer dizer, embasamento científico e/ou técnico, a fim de garantir a manutenção, permanência e ascensão dentro de um mercado altamente competitivo. Para alguns empreendedores, a tentativa de transposição das dificuldades geram ainda mais transtornos, o que pode ser solucionado através da consultoria empresarial. O objetivo do trabalho é particularizar sobre a importância, benefícios e as principais práticas da consultoria para este segmento empresarial. Como método de pesquisa, o autor adotou a revisão bibliográfica, uma vez que o citado método permite manusear obras já publicadas por renomados autores, portanto, aprimora o conhecimento, além de abrir oportunidades para pesquisas futuras.
Palavras-chave: Consultoria. Pequenas Empresas. Competitividade. Ação da Consultoria.
Introdução
No mundo contemporâneo, mudanças e inovações se tornaram constantes na vida da sociedade e na esfera laboral; a “nova era” passa a ser pautada em organizações digitais, novas ferramentas e modelos de negócios, mudanças no comportamento, aprendizado organizacional, redefinição de capacidades, conhecimento tácito e explícito, etc.; tais fatores são descritos como diretrizes, as quais tornaram as empresas mais competitivas e perduráveis (RIBEIRO; LEITE, 2021).
Por meio da Consultoria Organizacional tornou-se possível a identificação das variáveis positivas e negativas ao empreendimento, o que por sua vez poderá garantir a sua sobrevivência, haja vista que a gestão passa a ser subsidiada por informações precisas e eficientes, logo, a tomada decisória não será baseada na intuição ou dedução, pelo contrário, decisões criteriosas e racionais, o que favorece maximizar o lucro e a rentabilidade do negócio (MONTEIRO; BARBOSA, 2011).
A motivação pela escolha do tema decorre da curiosidade e necessidade de aperfeiçoar o conhecimento do autor, visto que o acompanhamento e a interpretação do complexo ambiente empresarial representa um intenso desafio para as empresas de pequeno porte. Hoje em dia, tudo gera em torno da “informação”: esta garante e sustentabilidade e a competitividade dentro do mercado globalizado (interação do ambiente interno e externo) (JEUNON et al., 2018).
Diante de um cenário repleto de incertezas e dificuldades variadas desponta a seguinte dúvida: é possível afirmar que os pequenos empreendedores são conhecedores da importância, bem como dos benefícios proporcionados pela consultoria empresarial?
A resposta ao questionamento é negativa, pois, apesar da necessidade de apoio estrutural e orientado, as empresas de pequeno porte são criadas a partir de um núcleo familiar, onde o dono exerce a função de gestor, entretanto, este não possui as habilidades e competências para alavancar o negócio. A Consultoria tornou-se uma ferramenta estratégica para o planejamento das pequenas empresas: garantia de crescimento e permanência no mercado (ALVES et al., 2015).
O presente estudo é plenamente justificado, tendo em vista os dados disponibilizados pelo SEBRAE (2017), no que se refere ao número de formalização de micro empreendedor individual (MEI); no Brasil, tal segmento é o grande responsável pela geração de emprego e renda, além de responder por 27% do PIB. De acordo com Perônico (2018), a sobrevivência ou falência das empresas de pequeno porte estão relacionadas aos seguintes fatores: planejamento, situação do empresário antes da abertura do negócio, gestão, capacitação e qualificação dos proprietários em gestão empresarial.
O objetivo do trabalho em pauta é particularizar sobre a importância, benefícios e práticas de consultoria para as empresas de pequeno porte. O método de pesquisa adotado foi a revisão da literatura, pois, segundo Lakatos e Marconi (2017, p. 44), “pode ser considerada também como o primeiro passo de toda pesquisa científica”. Tal método oportuniza ao pesquisador o manuseio de obras já publicadas, logo, contribuem de maneira significativa para aprimorar o conhecimento, além de instigar temas para novas pesquisas/abordagens futuras.
Desenvolvimento
Nos dias que correm, constata-se a transformação contínua das mais variadas áreas do saber, logo, organizar dados e informações passou a ser considerado um processo elementar, por meio do qual as empresas tornam-se capazes para estabelecer as novas estratégias organizacionais (JUENON et al., 2018).
A globalização fomentou a competitividade empresarial: a criação de produção e serviços obedece à ampla dinâmica, cujo propósito é conquistar e fidelizar clientes. Apesar da gama de oportunidades é preciso considerar os desafios, os quais carecem de superação, ainda que o acompanhamento e interpretação do ambiente empresarial não possam ou deva ser considerada uma tarefa simples. Assim sendo, a conquista por informações requer competência: “atualmente, uma grande dificuldade existente nas organizações é a seleção conveniente das suas fontes de informação, tanto para os aspectos do negócio para o dia a dia, quanto para atender às suas necessidades” (ROCHA JUNIOR, 2014, p. 248).
De uma maneira geral, as empresas são como as pessoas: vivem de ciclos e fases, os quais são descritos por Lentz (2015) da seguinte maneira: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Para que seja possível evitar a fase de declínio tornou-se imperativo investir/estar atento às seguintes questões: planejamento estratégico, controle dos processos e atividades, e, mensurar e analisar periodicamente a realidade empresarial.
No ambiente corporativo, o “termo” consultoria remete pensar sobre algo novo/recente, o que é um ledo engano, visto que tal prática se faz presente desde a antiguidade, porém, a evolução das atividades e as novas formas de relacionamento oportunizaram mudanças rápidas e internas, principalmente para as empresas de pequeno porte. Segundo Crocco e Guttmann (2010), a complexidade do ambiente de negócios pode ser evidenciada desde a época do Pós II Guerra até os dias atuais:
- Pós II Guerra: foco na operação; preocupação com a eficiência e respostas mediante orçamento e procedimentos;
- Anos 60: recursos; risco mínimo; planejamento de longo prazo;
- Anos 70: concorrência; posicionamento; estratégia de mercado;
- Anos 80: desempenho; execução; qualidade;
- Após 1990: mudança; renovação e inovação.
De acordo como Crocco e Guttmann (2010), as organizações enfrentam desafios e obstáculos contínuos, os quais promovem impactos diretos em todos os processos, donde advém a necessidade por ajuda, quer dizer, conhecimento especializado para o desenvolvimento de soluções, cuja finalidade é o alcance dos objetivos estipulados e consequente sucesso empresarial.
Para Oliveira (2015), a Consultoria Empresarial pode ser definida como:
[…] um processo interativo de um agente de mudanças externo à empresa, o qual assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida empresa nas tomadas de decisões, não tendo, entretanto, o controle direto da situação (OLIVEIRA, 2015, p.4).
Os principais benefícios da consultoria para empresas de pequeno porte são descritos como: confidencialidade, credibilidade, auxílio na análise dos resultados, monitoramento contínuo, atitude empreendedora, garantia de entrega e, aumento da produtividade. Em relação ao conteúdo, os principais focos são:
- Negócio: melhor entendimento do mercado no qual a empresa se encontra inserida, induzir a inovação e concepção de novos produtos, e, promoção de estudos para análise e viabilidade de projetos específicos (FERRAZ et al., 2016);
- Organização: estrutura organizacional, métodos, sistemas, tecnologia, processos e operações (FERRZ et al., 2016);
- Estratégia: sensoriamento do ambiente competitivo e planejamento (FERRZ et al., 2016).
Nas empresas de pequeno porte, as atividades/presença de um consultor especializado promove impactos expressivo, tendo em vista a agregação de valor, otimização de processos, administração eficiente e consequente redução dos prejuízos; tais benesses são propícias, desde que o consultor se empenhe e se comprometa a conhecer as reais necessidades/dificuldades da empresa (PERÔNICO, 2018).
Conclusão
No Brasil, as empresas (principalmente) de pequeno porte detém uma importância significativa tanto em termos econômicos quanto sociais, isto é, contribuem para o crescimento econômico e intelectual das pessoas, além de colaborar e participar de atividades de natureza diversas, incentivar as práticas éticas e integração ao mercado de trabalho.
A inserção, manutenção, permanência e ascensão de uma empresa de pequeno porte continuam a ser uma tarefa complexa, afinal, o citado segmento enfrenta uma série de desafios: mão de obra pouco qualificada, excessiva carga tributária, carência de recursos, baixa lucratividade, alto endividamento, gestão empresarial ineficiente e, inexistência de planejamento estratégico. Diante de um cenário conturbado despontou a eficácia das práticas de consultoria: definição do público alvo, fornecedores, especialização da área, localização empresarial estratégica, estimativa dos custos fixos e variáveis, etc.
Apesar dos benefícios, uma infinidade de empresários justifica que os serviços de consultoria geram custos, logo acabam se tornando desnecessários; outros reconhecem a importância, mas sentem receio para expor a realidade do seu negócio. Dessa forma, constata-se que o tema é abrangente e complexo, o que permite a elaboração de novas pesquisas, principalmente em relação ao cenário de constantes transformações/inovações no mundo empresarial e do conhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALVES, J. da C. et al. Consultoria empresarial como ferramenta estratégica de desenvolvimento em pequenas empresas. SEGET, 2015. Disponível em: https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos15/32022351.pdf Acesso em: 12 Dez 2021.
CROCCO, L.; GUTTMANN, E. Consultoria empresarial. 2. Ed. Atual. e ampl. São Paulo: Saraiva, 2010.
FERRAZ, C. et al. Por que as empresas precisam de ajuda especializada? Revista da ESPM, ano 22, ed. 104, n. 4, p. 41 jul/ago 2016.
JEUNON, E. E. et al. Inteligência competitiva como suporte à estratégia empresarial em micro e pequenas empresas: um estudo na Aerotrópole de Belo Horizonte. Revista Libero Americana de Estratégia, v. 17, n. 1, PP. 93-111, 2018.
LAKATOS, M. E.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 2017.
LENTZ, A. Ciclo de vida de uma empresa. Santa Catarina, 2015. Disponível em: http://www.rhportal.com.br/artigos-rh/ciclo-de-vida-de-uma-empresa/ Acesso em: 13 Dez. 2021.
MONTEIRO, J. M.; BARBOSA, J. D. Controladoria empresarial: gestão econômica para as micro e pequenas empresas. RMPE: Campo Limpo Paulista, v. 5, n. 2, p. 38-59, Mai/Ago, 2011.
OLIVEIRA, D. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, práticas. 13.ed. – São Paulo: Atlas, 2015.
PERÔNICO, C. F. M. O papel da consultoria nas micro e pequenas empresas (MPE): um estudo bibliométrico. Graduação (Administração). UFPB: João Pessoa, 2018.
RIBEIRO, R. E. M.; LEITE, V. M. Gestão do conhecimento e sustentabilidade: aplicações e práticas em uma pequena empresa. Research, Society and Development, v. 10, n. 6, 2021.
ROCHA JUNIOR, E. de A. et al. Gestão do conhecimento em agência de fomento à pesquisa: proposição de um modelo aplicado. Revista Gestão e Tecnologia, 14 (3), 244-260, 2014.
SEBRAE. Formalização do MEI, 2017. Disponível em: http://www.agenciasebrae.com.br./sites/v/index.jsp?vgnextoid=ea273fc94ee6f510VgnVCM1000004c00210aRCRD&vgnextfmt=default Acesso em: 12 Dez. 2021.