GESTÃO EMPRESARIAL EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA DE PEQUENO PORTE

Resumo

A gestão eficiente de um escritório de advocacia de pequeno porte envolve o conhecimento das técnicas e procedimentos, bem como da execução das funções administrativas; dentre várias competências e conhecimentos exigidos, cabe ao profissional atuar com responsabilidade, agilidade e organização. O ambiente laboral moderno enfrenta constantes obstáculos, os quais decorrem do processo de globalização e da inserção dos adventos tecnológicos, os quais fatalmente repercutem na competitividade de mercado. O sucesso ou fracasso de todo e qualquer empreendimento está relacionado às práticas de gestão, visto que as mesmas evidenciam as crenças, valores e propósitos da organização em consonância ao atendimento das necessidades dos clientes. O objetivo do presente estudo é analisar o perfil do novo gestor empresarial, principalmente em relação aos escritórios de advocacia de pequeno porte, tendo em vista que o conhecimento de técnicas e procedimentos deve estar alinhado à capacidade de inovação e adaptação. A revisão da literatura foi adotada como método de pesquisa, pois, a partir do manuseio de obras já publicadas por renomados autores é possível ampliar os conhecimentos, além de abrir oportunidade para o desenvolvimento de pesquisas futuras (perspectivas e foco diferenciados).

Artigo

GESTÃO EMPRESARIAL EM ESCRITÓRIO DE ADVOCACIA DE PEQUENO PORTE

 

Mariana de Moura Souza1

 

RESUMO

 

A gestão eficiente de um escritório de advocacia de pequeno porte envolve o conhecimento das técnicas e procedimentos, bem como da execução das funções administrativas; dentre várias competências e conhecimentos exigidos, cabe ao profissional atuar com responsabilidade, agilidade e organização. O ambiente laboral moderno enfrenta constantes obstáculos, os quais decorrem do processo de globalização e da inserção dos adventos tecnológicos, os quais fatalmente repercutem na competitividade de mercado. O sucesso ou fracasso de todo e qualquer empreendimento está relacionado às práticas de gestão, visto que as mesmas evidenciam as crenças, valores e propósitos da organização em consonância ao atendimento das necessidades dos clientes. O objetivo do presente estudo é analisar o perfil do novo gestor empresarial, principalmente em relação aos escritórios de advocacia de pequeno porte, tendo em vista que o conhecimento de técnicas e procedimentos deve estar alinhado à capacidade de inovação e adaptação. A revisão da literatura foi adotada como método de pesquisa, pois, a partir do manuseio de obras já publicadas por renomados autores é possível ampliar os conhecimentos, além de abrir oportunidade para o desenvolvimento de pesquisas futuras (perspectivas e foco diferenciados).

Palavras-chave: Escritório de Advocacia. Empresas de Pequeno Porte. Gestão Empresarial. Desafios e Perspectivas.

Introdução

            O processo de globalização associado aos adventos tecnológicos favoreceu a competitividade de mercado, cuja repercussão incide diretamente no mundo laboral; assim sendo, a Gestão de Pessoas tornou-se uma ferramenta de grande relevância para a administração do capital humano, cuja finalidade consiste em assegurar os mecanismos necessários para a sobrevivência, manutenção e o sucesso das organizações, inclusive dos escritórios de advocacia de pequeno porte (CENTENARO, 2014).

            Para Vizioli (2010), diante de um cenário econômico complexo e a diversidade de colaboradores, a gestão empresarial eficiente atua de maneira clara e flexível, o que por sua vez pode ser considerada uma característica elementar de todo e qualquer empreendimento, independentemente do porte, visto que a mesma se concentra no grau de conhecimento dos profissionais envolvidos e consequente captação de clientes.

            No Brasil, apesar do trâmite burocrático, dificuldade financeira, carga excessiva de impostos, entre outros fatores, ainda assim a abertura de novas empresas continua a despertar o interesse de vários profissionais; dessa forma, é possível afirmar que os escritórios de advocacia de pequeno porte dispõem de uma gestão empresarial eficiente?

            No mundo contemporâneo, nenhuma empresa é capaz de sobreviver e muito menos “prosperar” sem que exista um planejamento coeso quanto ao futuro, o qual engloba a tomada de decisão, definição de objetivos, estabelecimento de metas, elaboração de programas, etc.; a resposta ao questionamento é inconclusiva, tanto que motivou a escolha do autor, o que pode ser justificado pelas extensas oportunidades (diversos segmentos do Direito). A gestão empresarial encontra-se diretamente relacionada às crenças, valores, expectativas e atitudes, e segundo Pereira (2013), a junção dos mesmos assegura o efetivo desenvolvimento das atividades.

            O objetivo geral do presente estudo é demonstrar, bem como particularizar sobre o novo perfil do profissional de advocacia, quer dizer, exigências e desafios inerentes à profissão, ao mercado, à satisfação das necessidades/anseios dos clientes, etc. Hodiernamente, a permanência e êxito de um escritório de advocacia de pequeno porte no ambiente corporativo requerem profissionais (advogados) maduros em termos de gestão, assim como “inovadores”, o que configura um perfil de estrategista financeiro e operacional.

            O método de pesquisa adotado foi à revisão da literatura, pois, segundo Lakatos e Marconi (2017, p. 44), “pode ser considerada também como o primeiro passo de toda pesquisa científica”. Tal método oportuniza ao pesquisador o manuseio de obras já publicadas, logo, contribuem de maneira significativa para aprimorar o conhecimento, além de instigar temas para novas pesquisas/abordagens futuras.

Desenvolvimento

            No decorrer do tempo, a sociedade assim como os escritórios de advocacia evoluíram de maneira progressiva, o que decorre da utilização das novidades tecnológicas, pois, além de atrair o empreendedorismo, estas contribuem para o desenvolvimento de diversas atividades, em outras palavras, assegura a transformação contínua de diversos setores: educação, saúde, telecomunicações e consequentemente no mundo jurídico (CARVALHO et al., 2021).

            A abertura de um escritório deve ser algo planejado (estruturado) ao longo do período de formação acadêmica, justamente por ser necessário abordar as seguintes questões: especialidade (afinidade e competência); tipo de serviço a ser prestado (delimitação de clientes e futura referência); localização estratégica; disponibilidade do montante para investimento; estimativa do faturamento mensal (rentabilidade), e, prazo para retorno do capital investido. Para os especialistas, o planejamento eficaz do futuro escritório torna-se uma oportunidade fértil apesar de toda discrição estrutural (CARVALHO et al., 2021).

            O universo empresarial se transforma cotidianamente, e dessa forma, Vizioli (2010) defende que “todas” as empresas devem estar preparadas para lidar com questões ambíguas e de risco, além de ser plenamente capaz de solucionar problemas, quer dizer, o cenário obriga os gestores a inovar constantemente, a fim de se colocarem em igualdades de condições para “competir” com a concorrência. Hoje em dia, há quem defenda que o enfrentamento ao mercado competitivo ocorre por meio do investimento/preparação do capital humano das organizações.

            O gestor empresarial desempenha várias atividades no âmbito organizacional, tais como: cumprimento de tarefas estratégicas e operacionais, além de fiscalizar, estabelecer parcerias para o alcance das metas previamente estabelecidas para o curto e longo prazo, entre outras (VIZIOLI, 2010).

            Para Centenaro (2014), o desempenho funcional e o modelo de gestão estão condicionados aos fatores internos e externos dentro do contexto da organização, assim descritos:

  • Internos: tecnologia adotada, estratégia de organização do trabalho; cultura e estrutura organizacional;
  • Externos: evidenciam os fatores sociais (regula o trabalho e as relações sociais – respalda as ações e decisões do gestor) e os fatores de mercado (define o perfil de competências organizacionais exigidas pelo próprio empreendimento).

            A gestão de um escritório demanda tempo e organização; por vezes surgem “erros”, os quais permitem o aperfeiçoamento profissional. Sendo assim, o gestor de um escritório de advocacia de pequeno porte deve se manter atento às seguintes questões, objetivando-se que os erros sejam evitados: evitar a perda de tempo com atividades repetitivas; conhecer e controlar o que acontece no escritório – profissionalização da gestão de tarefas e trabalho em equipe; controlar a gestão financeira – alinhamento com as informações dos casos, processos e clientes; padronizar o atendimento e os processos de trabalho, e, aperfeiçoar o relacionamento com o cliente (ALVES, 2021).

No paradoxo da globalização, a ansiedade e o desejo genéricos dos consumidores consistem em transformar a sociedade – e o mundo como um todo – em um lugar melhor e talvez até mesmo ideal para se viver. Portanto, as empresas que pretendem ser ícones devem compartilhar do mesmo sonho com os consumidores e fazer a diferença (KLOTER et al., 2010, p. 45).

            Para Bertolozzi e Bucco (2012, p. 67), os advogados de sucesso devem ser capazes de combinar experiência e a propagação de ideias e soluções: “influenciar as pessoas ao seu redor é a função do líder que deseja ver no futuro uma marca jurídica forte, pessoal e corporativa”.

            As práticas de gestão empresarial envolvem pessoas ou grupos de pessoas dentro de um ambiente comum (empresa), cuja função é combinar esforços próprios e recursos disponíveis para que seja possível o alcance de um propósito comum. A gestão qualificada tende a assegurar a capacidade competitiva, tanto que na esfera da gestão moderna os fatores internos e externos não podem ser desprezados, pelo contrário, devem ser totalmente valorizados (STADLER; PAIXÃO, 2012).

            Segundo as considerações de Oliveira (2010), as principais finalidades da gestão empresarial são descritas como: consolidação dos mecanismos que sustentam e facilitam o processo dos profissionais (otimização do pensamento e de ações); estabelecimento de prioridades para o processo decisório; estruturação para o desenvolvimento de novas oportunidades, as quais deverão estar associadas às vantagens competitivas do momento atual e principalmente em termos futuros, e, identificar as funções e competências de profissional.

Conclusão

            A gestão empresarial é uma das pautas que interessa a todo e qualquer tipo de negócio, pois, diz respeito à elaboração e adoção de estratégias para a melhor condução dos negócios e resultados; as ações praticadas envolvem a organização de processos, controle financeiro, administração dos recursos humanos e materiais, e, demais fatores que possam ser considerados essenciais para a manutenção empresarial.

            Em relação aos empreendimentos de pequeno porte, ser “dono” não significa necessariamente ser um “gestor”, visto que o referido profissional deve apresentar as seguintes características: austeridade, competência e comprometimento para superar as exigências e a competitividade do mercado.

            A aplicação da gestão empresarial eficiente deve contemplar as seguintes questões: planejamento (metas); tecnologia (implementação de um sistema de gestão empresarial para a perfeita conexão e compartilhamento de informações detalhadas – abrangência para as diferentes áreas); qualificação profissional (capacitação contínua) e, avaliação e identificação dos indicadores de desempenho, os quais são determinantes para a condução do negócio.

            Renomados pesquisadores advertem sobre as possibilidades de ocorrência de erros, o que é normal em qualquer circunstância de vida, bem como no mundo dos negócios, porém, no que tange aos pequenos e médios empreendedores é acreditar que a gestão é tarefa simples (descomplicada) se comparada aos grandes empreendimentos; tal preceito é totalmente errôneo, afinal, quanto menor o faturamento maior serão os riscos inerentes à continuidade das operações, o que pode ser comprovado mediante a elevação das taxas de mortalidade empresarial.

            Apesar dos diversos obstáculos, investir em um profissional qualificado e competente só trás benefícios, os quais são descritos como: visão integral e sistêmica do negócio; tomada decisória mais assertiva; conhecimento ampliado do mercado; aumento da lucratividade e redução dos custos; qualificação dos controles internos; otimização do tempo; elevação da produtividade e eficiência, entre outros. Assim sendo, o ambiente competitivo e as constantes transformações e inovações permitem que sejam efetuadas novas pesquisas, o que por sinal torna-se cada vez mais oportuno para a difusão do conhecimento e o estabelecimento de novos métodos e processos, desde que observada à realidade e a necessidade particular de cada empreendimento.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ALVES, L. 5 dicas para uma gestão de escritório de advocacia. AURUM, 2021. Disponível em: aurum.com.br/blog/gestao-de-escritorio-de-advocacia/ Acesso em: 12 Dez. 2021.

BERTOZZI, R.; BUCCO, R. Marketing jurídico: o poder das novas mídias. Curitiba: Juruá Editora, 2021.

CARVALHO, A. et al. Gestão e organização de escritório de advocacia. E-book Jurídico. Goiânia, 2021.

CENTENARO, F. Modelo de estruturaçãoe organização de uma área de gestão de pessoas para um escritório de advocacia. Monografia (graduação em Administração). UFRS: Porto Alegre, 2014.

KOTLER, P. et al. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.

LAKATOS, M. E.; MARCONI, M. A. Metodologia do trabalho científico. 8. Ed. São Paulo: Atlas, 2017.

OLIVEIRA, D. de P. R. de. Gestão para resultados: atuação, conhecimentos, habilidades. São Paulo: Atlas, 2010.

PEREIRA, L. M. Planejamento estratégico de um escritório de advocacia de pequeno porte em Porto Alegre. Graduação (Administração). UFRS: Porto Alegre, 2013.

STADLER, A.; PAIXÃO, M. V. Os modelos de gestão. Paraná: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Educação à distância. Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e – tec Brasil, 2012.

VIZIOLI, A. Administração de recursos humanos. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2010.

 

Palavras Chaves

Escritório de Advocacia. Empresas de Pequeno Porte. Gestão Empresarial. Desafios e Perspectivas.